Procurador de coisas

segunda-feira, 29 de julho de 2013

PRA QUE FUI VER O PAPA?

Essa semana, vi no Facebook uma foto de um rapaz que exibia um cartaz: "Papa Francisco, sou evangélico mas eu te amo. Ore por mim."

Sinceramente não entendo o ecumenismo. E a palavra excedeu o âmbito cristão e se estendeu pela compatibilidade de toda e qualquer religião. Sequer o sincretismo religioso entra na minha cabeça, que dirá essa compatibilidade entre religiões. Isso não existe. Se existe, é por pura falta de raciocínio. A tal tolerância religiosa deve ser por parte do Estado e ficar no campo do respeito entre um ser humano e outro. Eu respeito a sua crença, você respeita a minha. Há os ateus, portanto, há que se respeitar, também, a  falta da crença em um deus.

Se analisarmos friamente, chega a ser hipócrita a velha frase "Deus é um só, não importa como Ele é chamado". Sejamos sinceros, pois ninguém pensa assim de verdade. Como dizer que a minha religião não diz que as outras são erradas se eu não concordo com o que elas dizem? E como ser louco de achar que a minha religião não é verdadeira se minhas atitudes apontam para as convicções que elas direcionam? Se eu não acredito em diabo e em Jesus como Deus, como vou dizer que não critico a sua fé por isso? Como não vou dizer que você está errado por isso? E se eu estou convicto que não existe meio termo entre céu e inferno, como vou abraçar um católico e dizer "ah, você está certo em acreditar no purgatório"?

Claro que existem compatibilidades, mas isso não tem a ver com as religiões e sim com os padrões morais já permeados em nossas vidas. "Ah, mas lá eu me sinto bem". "Ah, mas lá eu sinto paz". "Lá ensinam a ser bom e tolerante, fazer o bem.". Quase todas as religiões vão ensinar coisas assim mas isso não quer dizer que seus preceitos sejam compatíveis. Na verdade, pra agir bem não é necessário nem religião. Um ateu pode ser muito mais humano e amoroso que alguém que se declare cristão, espírita ou budista. O absurdo do ecumenismo não tem a ver com as relações humanas e sim com Deus, rituais, restrições e obrigações.

Nesse caso, não entendo porque o carinha lá foi ver o Papa e muito menos o motivo do cartaz. Como eu peço a alguém que ore baseado numa fé que eu não acredito? Religião é convicção e não permite esse tipo de tolerância. Simples assim!

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